Contracolonialismo na classificação

uma ação necessária de bibliotecários

Autores

  • Fernanda Ferreira da Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)
  • Tatiane Helena Borges de Salles Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP https://orcid.org/0000-0001-6279-5089

Palavras-chave:

Escritores negros, Acervo afrocentrado, Contracolonizar, Classificação

Resumo

O trabalho consiste em evidenciar a importância de uma classificação contracolonial que perpassa as subjetividades dos corpos dissidentes produtores de conhecimento. O estudo é de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, e tem como objeto de estudo o catálogo OPAC das bibliotecas do IFSP. Observou-se que a classificação atribuída as(os) escritoras(es) negras(os) e africanos diferem de autores estrangeiros e de outras nacionalidades, adotando-se outra perspectiva que mantém o eurocentrismo neste processo de classificação da obra. Conclui-se a necessidade de contracolonizar as classificações atribuídas aos autores com intuito de reconhecer e valorizar a intelectualidade negra nos acervos das bibliotecas.

Biografia do Autor

Tatiane Helena Borges de Salles, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP

Doutoranda em Ciência da informação pela Universidade Federal de São Carlos (2025-2029). Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (2025). Especialista em Letramento informacional (2018) Universidade Federal de Goiás e Especialista em Gestão de Arquivos (2011) pela Universidade Federal de Santa Maria. Formada em e Biblioteconomia (2011) e Ciência da informação com a habilitação em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2006). Atuante em bancas de heteroidentificação. Integrante do grupo de pesquisa GEPRETAS Grupo de Estudos e pesquisas das Relações Étnico-raciais no Território, Arquitetura e Sociedade (IFSP) desde 2024. Integrante do NEABI ( Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas - NEABI) desde de 2020 e e Atuou como Co-coordenadora do núcleo de (2021-2025). Pesquisadora das relações étnico-raciais; educação antirracista, pensamento decolonial; espistemícidio; descolonização de acervos; literaturas contra-hegêmonicas; aquilombamento bibliográfico, letramento racial. 

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 61 p.

AQUINO, Mirian de Albuquerque. A inclusão afrodescendente na era da informação. Rev. digit. bibliotecon. cienc. inf., Campinas, SP, v. 11, n. 2, p.61-75, maio/ago. 2013. Disponível em: <http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/index.php/rbci>. Acesso em: 25 jun.2024.

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade como crítica do paradigma hegemônico ocidental: introdução a uma ideia. Ensaios Filosóficos, v.14, p.9-18, 2016.

FURNER, Jonathan. Dewey Deracialized: A Critical Race-Theoretic Perspective. Knowledge Organization. v. 34, n. 3, 2007. Disponível em: https://www.nomos-elibrary.de/10.5771/0943-7444-2007-3-144.pdf. Acesso em maio/2025.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.

GOMES, Elisangela. Afrocentricidade: discutindo as relações étnico-raciais na biblioteca. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, SC: v. 21, n. 3, p. 738-752, ago./nov., 2016.

GONÇALVES, Robson de Andrade; MUCHERONI, Marcos L. O que é epistemicídio? uma introdução ao conceito para a Ciência da Informação. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, e5759, nov. 2021.

MAGRO, J. L.; MARTÍNEZ-ÁVILA , D.; SILVA, M. F. Aplicación de la teoría crítica de raza en la organización y representación del conocimiento. Scire: representación y organización del conocimiento, v. 21, n. 2, 2015. Disponível em: https://brapci.inf.br/v/168039. Acesso em: maio/2025.

MARTINES, Alexandre Robson; LIMA, Graziela dos Santos; Almeida, Carlos Cândido. A linguagem e a linguagem documentária no processo de representação do conhecimento de grupos marginalizados: reflexões teóricas. Inf. Inf., Londrina, v. 26, n. 1, p. 512 – 549, jan./mar. 2021.

MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho de; CARVALHO, Mônica Marques. Desenvolvimento de coleções de fontes de informação eletrônicas em bibliotecas universitárias. Biblionline, João Pessoa, v. 10, n. 1, p. 15-28, 2014

MUCALE, Ergimino Pedro. Afrocentricidade: complexidade e liberdade. 2.ed. Maputo: Gráfico Paulinas, 2023.

ORTIZ, Fernando. Aportes culturales y deculturacion. In: Ester Perez, Marcel Loureiro. Raza y racismo: antologia de caminhos. La Habana: Editorial Caminhos, 2017. p. 24-48.

REIS, F.; ORTEGA, C. D. O que é catalogação?. Ciência da Informação em Revista, Maceió, v. 11, 2024. Disponível em:https://cip.brapci.inf.br//download/303532. Acesso em: maio/2025.

SÁ, Camila Araújo; FRANCELIN, Marivalde Moacir. Afrocentricidade, memória e informação. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, e5731, nov. 2021. https://doi.org/10.18617/liinc.v17i2.5731

SANTOS, Antônio Bispo dos. As fronteiras entre o saber orgânico e o saber sintético. In: OLIVIA, Anderson Ribeiro; CHAVES, Marjorie Nogueira; FELICIE, Renísia Cristina Garcia; NASCIMENTO, Wanderson F. et al. (org.). Tecendo redes antirracistas: Áfricas, Brasis, Portugal. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p.23-35.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.

SILVA, Franciele Carneiro Gârces da; GARCEZ, Dirléne Carneiro; ROMEIRO, Nathália Lima; FÉVRIER, Priscila Rufino; ALVES, Ana Paula Meneses. Justiça pra quem? justiça social, informacional, racial e de genêro em bibliotecas. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 21, 2021. Anais [...]. Rio de Janeiro: UFRJ, 2021, P.1-16.

VERGUEIRO, Waldomiro. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis: 1989.

Downloads

Publicado

2025-11-15

Edição

Seção

Eixo 1 - Biblioteca e Sociedade