Organização do conhecimento juridico brasileiro: um caso de historiografia biblioteconômica

Autores

  • Luciana Maria Napoleone Tribunal Regional Federal da 3ª Região
  • Maria Lucia Beffa Faculdade de Direito da USP

Resumo

O conhecimento jurídico no Brasil é estudado a partir de um recorte de três momentos históricos de uma das mais antigas bibliotecas jurídicas brasileiras, com sua respectiva contextualização. O primeiro momento engloba a discussão de criação dos cursos jurídicos, a fundação da Primeira Biblioteca Pública Oficial da Província de São Paulo e a instalação da Academia de São Paulo na década de 1820. Representa o esforço de construção de uma soberania nacional no âmbito intelectual e político e de formação de quadros de bacharéis para a administração do país, poucos anos após a Declaração da Independência. O primeiro inventário do acervo e a elaboração do primeiro catálogo constituem uma primeira iniciativa de organização do conhecimento jurídico. Passa-se para o segundo momento na década de 1930 com a reconstrução física da Faculdade de Direito e reestruturação da Biblioteca sob influência das mais modernas técnicas biblioteconômicas à época. Destaca-se a catalogação, classificação e indexação de livros e artigos de periódicos em fichas. Insere-se num momento de criação de cursos de Biblioteconomia no Estado de São Paulo, e de construção do estado moderno brasileiro no âmbito político. O último momento refere-se à implementação de novas tecnologias e serviços e iniciativas de controle  bibliográfico em nível interno, entre o final da década de 1980 e a década de 1990, com destaque para a implementação de serviços de alerta e disponibilização de bancos de dados na Internet. Finalmente, apontam-se as perspectivas e desafios da organização do conhecimento jurídico no Brasil do início do século 21.

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4º Seminário Nacional de Documentação e Informação Jurídica