Educação como prática da liberdade
case na Biblioteca Cidadã de Florianópolis com foco nas pessoas em situação de rua
Palavras-chave:
Educação libertadora, Biblioteca Cidadã, Pessoas em situação de rua, Biblioteca comunitária, Paulo FreireResumo
Alinhado à proposta de educação libertadora de Paulo Freire, esse trabalho tem como objetivo relatar as atividades desenvolvidas na Biblioteca Cidadã para possibilitar acesso à informação, construção do conhecimento, promoção de ações culturais, entre outras ações que visem a autonomia dos indivíduos que estão em situação de vulnerabilidade social em Florianópolis. Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva e exploratória quanto aos objetivos e é uma pesquisa bibliográfica e documental quanto aos meios de coleta de dados. Como resultados, apresenta as diferentes atividades de mediação literária e cultural realizadas pela Biblioteca Cidadã que priorizam a liberdade como ponto de partida, o livre pensar e livre falar no qual as temáticas abordadas são escolhidas conforme o contexto e demanda das pessoas abrigadas nesse local. Conclui-se que além das atividades literárias e culturais, também é importante estruturar alguns serviços para atender as necessidades desse grupo no que tange ao acesso e uso de informação como emissão de documentos, busca por vagas de trabalho, entre outros além de oferecer o espaço para leitura, estudos e atividades culturais para que essas pessoas possam exercer efetivamente sua cidadania e se beneficiar dos direitos constitucionais.
Referências
BRASIL. Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009: Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências.
BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. População em situação de rua. 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053.htm Acesso em: 18 set. 2024
DI FLORA, M. C. Mendigos: porque surgem, por onde circulam, como são tratados? Petrópolis: Vozes, 1987.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS, CIENTISTAS DA INFORMAÇÃO E INSTITUIÇÕES. Manifesto de Florianópolis sobre a competência em informação e as populações vulneráveis e minorias. Florianópolis, 2013.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
HAUGG, K. A. Relatório de estágio supervisionado na Biblioteconomia realizado na Biblioteca Cidadã de Florianópolis. Florianópolis, UDESC. 2022.
MACHADO, E. C.; VERGUEIRO, W. C. S. Bibliotecas comunitárias como prática social no brasil. CRB8 Digital, São Paulo, v. 3, n. 1, 2010.
MENESES TELLO, F. Servicios bibliotecários para grupos vulnerables: la perspectiva em las diretrices de la IFLA y otras asociasiones. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 18, n.1, p. 45-66, jan./abr. 2008.
ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Agenda 2030, 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 13 jul. 2024.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA (UNESCO). Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, 2005.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, C. de E. Metodologia Científica. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
RODRIGUEZ VIGNOLI, J. Vulnerabilidad y grupos vulnerables: un marco de referencia conceptual mirando a los jóvenes. Santiago: CEPAL, 2001.
SILVA, M. L. L. da. Trabalho e população em situação de rua no Brasil. São Paulo: Cortez, 2009.
SPUDEIT, D. F. A. O.; HAUGG, K. A. Práticas inclusivas na Biblioteca Cidadã: um relato de experiência de atividades técnicas e literárias com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Revista ACB, São José, v. 28, n. 2, p. 1–12. 2023.
SPUDEIT, D. F. A. O. Diretrizes para o desenvolvimento da competência em informação em bibliotecas públicas com foco nas pessoas em situação de rua. Tese (doutorado em Ciência da Informação) -Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2021.
VITORINO, E. V. A competência em informação e a vulnerabilidade: construindo sentidos à temática da “vulnerabilidade em informação. Ci.Inf., Brasília, DF, v.47 n.2, p.71-85, maio/ago. 2018.